Revelado pelo Batatais, Renan estreia na Série A da Itália

Começa neste final de semana a temporada 2012/2013 do Campeonato Italiano da Série A. 

Quem está ansioso para estrear na primeira divisão de um dos principais campeonatos do futebol mundial é o volante Renan, de 26 anos, revelado pelo Batatais na metade dos anos 2000.

O jogador está na Sampdoria desde o início do ano e ajudou a equipe de Genova a voltar à elite italiana, depois de um ano na Série B. As boas atuações do brasileiro fizeram com que a diretoria da equipe ‘blucerchiata’ o comprassem em definitivo junto ao Cluj, da Romênia, por 1,5 milhão de euros (cerca de R$ 3.750 milhões). Em sua estreia na Série A da Itália, Renan já terá um teste de fogo pela frente. A Sampdoria viaja até Milão neste domingo, para enfrentar o Milan, às 13h (de Brasília), no Estádio Giuseppe Meazza.

Em entrevista por telefone, exclusiva ao LANCENET!, Renan disse que a Sampdoria, comanda pelo ex-lateral da Juventus e seleção italiana Ciro Ferrara, está pronta para retomar o papel de uma das protagonistas do Campeonato Italiano. Prova disso, foi a vitória sobre o Barcelona por 1 a 0, na última segunda-feira, em pleno Camp Nou, pelo Troféu Gamper.

Renan surgiu para o futebol no Batatais, onde foi campeão paulista sub-20 invicto da 2ª divisão de 2004. Já em 2005, foi visto pelo Atlético-MG durante a disputa da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Levado pelos mineiros, Renan ficou no Galo até 2009, quando foi emprestado ao Celta de Vigo, da Espanha, onde disputou a segunda divisão espanhola. De volta ao Brasil, o volante teve passagens rápidas por Fortaleza e Sport Recife, antes de ir para Portugal, onde jogou pelo Beira-Mar e Vitória de Guimarães. Em 2011, foi para o Cluj, da Romênia, onde esteve até o início deste ano.

Confira a entrevista exclusiva de Renan ao LANCENET!:

LANCENET! Você já jogou na Espanha, Portugal e Romênia, mas disputar a Série A da Itália é um sonho?

Renan: Tive várias oportunidades nos demais países, onde adquiri muita experiência. Porém, tenho certeza que agora vou crescer no Campeonato Italiano, que é um dos mais fortes do mundo. Já disputei a Série B, que é muito forte e competitiva, mas a Série A da Itália, junto com o Campeonato Inglês e Espanhol, são os mais fortes do mundo e acredito que vai ajudar muito em minha caminhada dentro do futebol.

LNET!: Você chegou à Sampdoria no início deste ano e conseguiu se firmar, tanto que acabou sendo comprado. Como foi o acesso da Série B para a Série A ai na Itália?

R: Cheguei na metade da temporada, era finalzinho de janeiro, o time estava mal, quase caindo, aí eu cheguei, juntamente com o Éder (brasileiro que veio do Cesena) e mais dois reforços e o time começou a ganhar, chegamos nos playoffs e conseguiu o acesso, que foi muito importante. Aí, como eles (Sampdoria) já haviam falado, se tudo fosse bem me comprariam, então deu certo e eu assinei contrato de três anos.

LNET!: Você estava no Cluj, da Romênia, que está disputando a fase preliminar para entrar na Liga dos Campeões da Europa. A possibilidade de jogar a Liga te deixou em dúvidas antes de acertar com a Sampdoria?

R: Hoje, o Cluj é um dos clubes mais fortes e mais estruturados da Romênia. Paga bons salários e tem boa estrutura, além de ter disputado a Champions League por algumas vezes. Agora, já ganhou o jogo de ida do Basiléia, da Suíça, e está perto de classificar para a Champions deste ano. Sabia desta possibilidade, mas não pensei duas vezes, já que a Sampdoria vai me dar a oportunidade de disputar a Série A. Um clube com uma estrutura impressionante. Conheço a Sampdoria desde que era criança. Era um sonho jogar na Itália em um grande clube. Lógico, tem o Milan, a Inter de Milão, a Juventus, que são os grandes, mas tenho certeza que mais para frente vou disputar ainda a Champions League dentro da minha carreira.

LNET!: A Sampdoria acabou trocando de treinador. Saiu o Beppe Iachini, que pediu a sua contratação, e chegou o Ciro Ferrara. Como foi essa mudança?

R: Nós jogadores não esperávamos está mudança, até mesmo pelo acesso e pelo trabalho na Série B. Mas, o clube decidiu mudar, trouxe o Ciro Ferrara, que já treinou a Juventus e estava no sub-21 da Itália. Foi o Iachini que me viu na Romênia, onde estava me destacando, jogava todas as partidas, mas agora já estamos nos conhecendo, e é pensar em fazer um bom campeonato.

LNET!: A Sampdoria estreia neste domingo contra o Milan. Ansioso para este jogo?

R: Joguei contra grandes clubes, como Benfica, Porto, Sporting Lisboa, também grandes brasileiros, mas jogar contra o Milan, pela sua grandeza, para mim, é um dos melhores jogos que eu poderia encontrar. É melhor jogar contra o Milan que contra equipes de Série B ou menores, que jogam atrás. São estes jogos que eu gosto de jogar, são os mais bonitos, e, ao mesmo tempo, em que são jogos difíceis, a gente pode surpreender. Vamos tentar pelo menos um empate, já que vamos começar com menos um ponto, porque fomos penalizados. Teve essa mudança de treinador, ele tem as suas opções. A equipe ainda não está definida, ainda não sei se serei titular. No início da preparação eu era titular, e agora ele vai fazer as suas escolhas, e mesmo se eu não for titular, espero entrar para ajudar a equipe, que manteve a base, além de ter contratado o Maxi Lopes, que jogou no Grêmio e estava no Milan, também trouxe o Estigarribia, da seleção do Paraguai, então nosso time está bem montado e pronto para a estreia. Espero entrar sim contra o Milan.

LNET!: Genova é uma cidade com uma rivalidade grande. As torcidas de Sampdoria e Genoa cobram muito, tanto que, no dia 22 de abril passado, a torcida do Genoa paralisou um jogo e mandou que os jogadores tirassem a camisa, pois, para eles, os atletas não estavam honrando a camisa do clube. Como é essa rivalidade. E os clássicos?

R: A rivalidade e a cobrança realmente são grandes. Quando cheguei à Sampdoria, a equipe estava mal, e na minha estreia os torcedores foram dentro do hotel e fizeram uma reunião com os jogadores, exigindo que entrássemos, pelo menos, nos playoffs. Então, vi logo de cara o que ia ter pela frente. Já tive pressão, como na época do Atlético-MG, mas não de torcedor entrar no hotel. Graças a Deus o time foi bem. A rivalidade entre Sampdoria e Genoa é como a dos grandes clubes do Brasil, Atlético-MG e Cruzeiro, Palmeiras e Corinthians. Desde quando subimos para a Série A, os torcedores estão pedindo para nos mantermos na primeira divisão e também vencer os clássicos.  O clássico vai ser na 13ª rodada, mas o pessoal já fala: Atenção com o clássico heim. Vamos forte, temos que ganhar do Genoa.

Vimos o que aconteceu naquela partida do Genoa, mas pelo nosso foi tudo bem, até mesmo pelo acesso e hoje somos considerados pela torcida. Porém, o clássico aqui vai ser uma coisa única e que eu possa estar em campo e conseguir a vitória, pois é isso que os torcedores estão pedindo.

LNET!: Como foi para você enfrentar e vencer o Barcelona, no Camp Nou, pelo Troféu Gamper?

R: Foi uma experiência única e que eu espero possa acontecer mais vezes. Jogar no Camp Nou, um dos palcos mais bonitos do futebol, contra um dos times mais fortes do mundo, mesmo que não jogou o time, das feras só jogaram o David Villa e o Afellay, mesmo assim foi contra o Barcelona e vencemos lá, o que poucos clubes italianos conseguem. Foi mágico jogar contra o Barcelona, com tanta gente e, além disso, conquistar o Troféu Gamper. Uma coisa única para mim.

Rogério Moroti - Para o Blog do Fantasma e Lancenet!

Renan enfrentou o Barcelona, no Nou Camp, pelo Troféu Gamper

Renan defendeu o Batatais e foi campeão Paulista Sub-20, invicto, em 2004

Jogador defendeu o Beira-Mar de Portugal

Último clube de Renan, antes de desembarcar em Genova, foi o Cluj, da Romênia